1.9.09

PLEASE LET ME FORGET

Nasce. Segue. Procura. É uma dança que perdura. O tempo cruza e reduz o dia a uma luz difusa que nos cega por momentos e já não perguntas quem és nem se tens sentimentos. Tentas agir em conformidade, gostas do politicamente correcto mas conheces as minhas fraquezas, sabes com o que me afecto. E não hesitas.
Gira, gira, gira lá o cigarro. Não sou pedinte - trabalho com barro. Moldo os teus gestos à medida dos meus e não esqueço as tuas mãos, os teus lábios, os olhos que fazem inveja a deus. Pede-me. A incompatibilidade dos signos não deve guiar-nos, sempre gostei de contrariar velhos fados. Supera-me. Dá cabo de mim. Humilha-me e desgraça-me. Digamos que eu sei que tu sabes que eu sei que tu eras perfeito para mim e tu sabes que eu sei que tu sabes que eu era perfeita para ti. Corre, corre, corre para a próxima casa e pergunta a ti mesmo se valeu a pena fugir.