9.5.09

ON REPEAT

Liberta-te.
Está frio e eu não te posso aquecer. Ele está a olhar para ti, é melhor ires. Despede-te de mim com um beijo demorado mas cauteloso, como a noite que dentro de ti cresce. É pena que ao escurecer todos os teus fantasmas te persigam, de outro modo poderias continuar a viver cada festa de dia e de noite. Por tua vontade o sol não dormia, ficava a iluminar-te, sempre, para fazer sobressair o verde dos teus olhos. O dourado do teu cabelo. Se pudesse pedir-te para não partires, não voltares a desaparecer… já o teria feito. Mas a escolha é tua. Tu decides as hipóteses e pesas as consequências. Nada sei, sou apenas o porteiro do teu passado.

Ficou em minha(nossa?) casa. Já era tarde e eu não sabia bem como lhe dizer que tinha de se ir embora. No fim de contas a casa ainda era dela. As paredes ainda reflectiam o seu riso e cada espelho escondia um beijo. Tantos espelhos.